Evolução da língua portuguesa em Moçambique

 


 O português moçambicano ou português de Moçambique é a variante do português falado e escrito em Moçambique. A única língua oficial da República de Moçambique é a língua portuguesa, segundo estabelecido no artigo 5º da Constituição de 1990.[nota 2][5] Porém, é falada, essencialmente, como segunda língua por boa parte da sua população, numa percentagem de 50,4% ou um pouco menos do contingente populacional, segundo o que sugerem os levantamentos censitários de 2007 sobre as estatísticas de alfabetização.


História

Antes da independência de Moçambique, o português da metrópole era prescrito compulsivamente como norma linguística (língua-padrão) para toda a vida pública no seio da política de assimilação portuguesa, política seguida em todas as colónias portuguesas de África. Para assim, a longo prazo, transformar todos os moçambicanos linguística e culturalmente em portugueses. Os desvios à norma europeia e as línguas bantas de Moçambique foram considerados com desdém como «pretoguês».[6][7]


Com a independência, a obrigatoriedade para o respeito da norma da metrópole diminuiu, e as palavras das línguas autóctones foram introduzidas no português moçambicano. A orientação para o sistema político e económico do Bloco Oriental conduziu também para a adopção de novas noções. Todavia, com o vento da mudança política no começo da década de 1990 o léxico de uso político deveria ser abandonado parcialmente de novo.


Características


Fonologia

Em muitos aspectos fonológicos, o português de Moçambique assemelha-se ao português falado no Brasil, como por exemplo no final das palavras terminadas em 'e' passa para 'i' em vez de 'ɨ' como em Portugal (por exemplo [felisidádi] em vez de [fɨlisidádɨ]). Outros aspectos da pronúncia das palavras do português moçambicano é a supressão do fonema /r/ final (exemplificando, estar lê-se [eʃ'tá] em vez de [eʃ'táɾ]) e a supressão de vogais não acentuadas não é tão forte como em Portugal.


Ortografia

Moçambique participou nos trabalhos de elaboração do Acordo Ortográfico de 1990 — com uma delegação constituída por João Pontífice e Maria Eugénia Cruz e firmado pelo ministro da Cultura, o escritor Luís Bernardo Honwana —, bem como nas reuniões da CPLP onde os dois protocolos modificativos foram aprovados. No entanto, o governo moçambicano ainda não ratificou nenhum destes documentos.[12]


Em abril de 2008, o presidente da República Armando Guebuza afirmou: "Moçambique está a analisar o acordo ortográfico e, como é óbvio, um dia vai assiná-lo" e, em novembro, o governo moçambicano reafirmou o desejo de ratificar o acordo, assim que estivesse concluída a avaliação técnica que, entretanto, decidiu levar a cabo.[13] Em 8 de Junho de 2012, coincidindo com a Presidência da CPLP, governo de Moçambique veio ratificar o Acordo em Conselho de Ministros visando doravante a sua implementação progressiva.


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